(Foto: Santa Missa: Festa da Assunção de Nossa Senhora, Catedral de Notre Dame, Paris, 2011-Ktotv)
"A liturgia é divina - (...) "O homem não pode 'fazer' por própria conta seu culto; ele agarra somente o vazio, se Deus não se mostrar. (...) [A liturgia] não pode originar da nossa fantasia, da nossa criatividade, senão permaneceria um grito no escuro, ou uma simples autoconfirmação (...). Dessa forma, o culto não é mais ascender até Ele, mas rebaixar Deus às nossas dimensões (...). Esse culto torna-se assim uma festa que a comunidade faz por conta própria; celebrando-a, a comunidade só confirma a si mesma. Da adoração de Deus passa-se a um círculo que vira em volta de si mesmo: comer, beber, divertir-se. A dança em volta do bezerro de ouro é a imagem desse culto que busca a si mesmo, que se torna uma espécie de auto-satisfação banal. A história do bezerro de ouro é uma advertência contra um culto realizado na própria medida e em busca de si mesmo, no qual, afinal, o objetivo não é mais Deus, mas a constituição, por iniciativa própria, de um pequeno mundo alternativo. Então a liturgia transforma-se, na verdade, numa brincadeira vazia"." (Joseph Ratzinger, citado por Dag Tassore. Bento XVI, Questões de Fé, Ética e Pensamento na Obra de Joseph Ratzinger, Ed. Claridade: São Paulo, 2005, p. 91-92).
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Depois disso, tive uma visão: vi uma porta aberta no céu, e a voz que falara comigo, como uma trombeta, dizia: Sobe aqui e mostrar-te-ei o que está para acontecer depois disso.
Imediatamente, fui arrebatado em espírito; no céu havia um trono, e nesse trono estava sentado um Ser. E quem estava sentado assemelhava-se pelo aspecto a uma pedra de jaspe e de sardônica. Um halo, semelhante à esmeralda, nimbava o trono.
Ao redor havia vinte e quatro tronos, e neles, sentados, vinte e quatro Anciãos vestidos de vestes brancas e com coroas de ouro na cabeça. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono ardiam sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.
Havia ainda diante do trono um mar límpido como cristal. Diante do trono e ao redor, quatro Animais vivos cheios de olhos na frente e atrás. O primeiro animal vivo assemelhava-se a um leão; o segundo, a um touro; o terceiro tinha um rosto como o de um homem; e o quarto era semelhante a uma águia em pleno vôo. Estes Animais tinham cada um seis asas cobertas de olhos por dentro e por fora. Não cessavam de clamar dia e noite: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Dominador, o que é, o que era e o que deve voltar.
E cada vez que aqueles Animais rendiam glória, honra e ação de graças àquele que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro Anciãos inclinavam-se profundamente diante daquele que estava no trono e prostravam-se diante daquele que vive pelos séculos dos séculos, e depunham suas coroas diante do trono, dizendo: Tu és digno Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade é que existem e foram criadas. (Apocalipse, 4, 1-11)
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"Na liturgia terrestre, antegozando participamos (já) da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos, caminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial cantamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele, nossa vida, se manifeste e nós apareçamos com Ele na glória." (Catecismo da Igreja Católica, 1090 - Sacrosanctum Concilium, 8)