E agora que passou o feriado de Carnaval, o que esperar para essa Páscoa?
Meus dedos latejam e queimam. O que esperar para essa Páscoa?
Sai-me de inopino:
Sai-me de inopino:
Oh, minha cara,
esperar, esperar, que nada!
O calendário litúrgico, todas essas festas cristãs que estão ou não nos calendários civis são celebrações litúrgicas, para honra e glória do nosso Deus Uno e Trino... Mas é também amorosa pedagogia divina, entregue-nos pela Santa Igreja, para que nos exercitemos no amor a Deus e, em consequência, na nossa santificação. Assim são o Advento, o Natal do Senhor, a Epifania, a Quaresma, a Paixão de Cristo, a Páscoa do Senhor, Pentecostes, Corpus Christi, a festa de Cristo Rei e Senhor do universo, as festas em honra à Santa Mãe de Deus e a todos aqueles, sabidos e não sabidos por nós, que já gozam da plenitude da glória do Senhor, chamados santos etc.
Entretanto, o cristão, aquele que verdadeiramente crê no Senhor, ouve o Verbo incarnado e faz-se também incarnar pelo Verbo, a Ele se configura, é transcendente. E transcendente, vive Natal e Páscoa do Senhor, Pentecostes e Parusia, tudo no mesmo dia, a cada dia. E vive aqui já, antecipa, ainda que imperfeitamente, o gozo do reino dos céus, em meio a dores e tormentos, a avanços e quedas. Porque, ainda que sofra, tudo faz para amar mais o seu Amado. E nisso está a doçura!
Vivamos, pois, a Quaresma, no aprendizado da tristeza profícua, das lágrimas férteis pelos nossos pecados, com efetivo propósito de emenda e conversão, ajudados pela graça divina, fazendo-nos noite e orvalho, para germinar e dar frutos. E assim, todos os dias das nossas vidas. Mas também com a segurança inabalável de que somos muito amados, fomos amados primeiro, a tal ponto que Deus aceitou ser filho de mulher, nascer homem, sem ter pecado (como diz São Paulo) fazer-se pecado, padecer e morrer por nós e para nossa salvação, e ressuscitando, abrir-nos as portas do céu. Não é isso motivo suficiente para sermos confiantes e felizes, mesmo vivendo ainda as vicissitudes desta vida terrena?
Quão panacas somos quando nos refestelamos com, as queremos, ou choramos a perda das felicidades falsas e baratas (embora o preço seja caro) entregues pelo encardido, ao invés de caminharmos alegres e cantantes para a festa das núpcias do Cordeiro. Sem desconhecer os espinhos, os calos, o cansaço, nossas fraquezas, mas sabendo que seremos recebidos, banhados, perfumados, vestidos com roupa alva. E que a Festa não acabará jamais!
Esperar, esperar? Que nada! A esperança cristã é certeza! E a alegria da festa começa no caminho!